O ouro fechou a semana passada em terreno positivo, mas não conseguiu quebrar o movimento lateral em que tem negociado na maior parte do mês passado. Nesta semana, o ouro está marginalmente mais baixo, mas os traders parecem continuar entusiasmados, uma vez que o sentimento sobre uma estabilização em valores mais elevados pode estar no foco do mercado. Este relatório irá apresentar um resumo dos principais assuntos que, em nossa opinião, estão a condicionar o mercado do ouro. O nosso objetivo é fazer uma apresentação breve, mas analítica, aos traders, que lhes permita negociar com sucesso no mercado do ouro. No final, iremos apresentar análises técnicas sobre o ouro, indicando níveis importantes e possíveis cenários de maior tendência.
Neste momento, os receios dos mercados centram-se na perspetiva sombria para o primeiro trimestre deste ano. Algumas das maiores economias do mundo, como os EUA e a China continuam a debater-se com a propagação da variante omicron que representa uma importante ameaça para as despesas de consumo e para o crescimento e investimento das empresas. Ontem, os dados económicos chineses indicavam que as taxas anuais do PIB da China continental do 4ºT caíram, dos 4,9% para os 4,0%. Apesar de os valores se manterem em níveis confortavelmente elevados, o abrandamento é significativo e poderá estar a preparar o caminho para o que se poderá seguir, na primeira metade de 2022. No entanto, o desenvolvimento mais importante na China ocorreu, inesperadamente, na segunda-feira, quando o banco central da China cortou os custos do crédito dos seus empréstimos de médio prazo em 10 pontos base, para os 2,85% dos anteriores 2,95%, pela primeira vez desde abril de 2020. O inesperado corte de taxa da China tende a assinalar alguma incerteza quanto ao seu crescimento futuro. O que também pode ser a confirmação que as condições da economia chinesa poderão ter piorado, recentemente, o que não terá deixado outra opção ao banco central. O preço do ouro teve algum suporte, durante a sessão asiática de segunda-feira, possivelmente em resultado deste desenvolvimento.
Nos EUA, as pressões inflacionistas continuam a ser muito fortes e os investidores deverão estar a ajustar as suas estratégias de forma a cobrir possíveis perdas. Na semana anterior, a taxa CPI semanal dos EUA foi de apenas 0,5%, enquanto as taxas anuais headline e core subiram, tendo registado 7,0% e 5,5% respetivamente. Uma inflação mais elevada tende a fazer aumentar a procura por ouro, uma vez que este metal pode ser utilizado como uma forma de proteção face aos riscos que advêm dos preços mais elevados. Após a divulgação das notícias, o ouro ganhou, mas de uma forma algo controlada. Ao mesmo tempo, nos EUA, os participantes do mercado antecipam que a Reserva Federal suba as suas de taxas no futuro próximo. As subidas de taxas são amplamente esperadas pelo mercado, uma vez que esta ferramenta pode ajudar a contrabalançar as pressões inflacionistas que, neste momento, estão a preocupar. No entanto, se o mercado receber mais informação e começar a descontar uma subida, em breve, das taxas da Fed, então antecipamos que os traders do ouro irão aumentar substancialmente as suas ações, através da colocação de ordens. No entanto, antecipamos que a natureza imprevisível do ouro seja mais sensível aos desenvolvimentos da pandemia, a esta altura.
Como parte final da nossa análise fundamental, destacamos as próximas divulgações financeiras norte-americanas, que poderão levar a movimentações do preço do ouro nos próximos dias. No dia 19 de janeiro iremos ter os valores, relativos a dezembro, da construção de novas habitações nos EUA; no dia 20 iremos ter o ter US Philly Fed Business Index para janeiro, os valores semanais de pedidos de subsídio de desemprego e o valor da venda de casas existentes em dezembro. Na próxima semana, na segunda-feira 24 iremos ter os valores para janeiro do Flash Markit Manufacturing Services, que são muito relevantes. Por último, no dia 25 iremos ter os valores do US Consumer Confidence para janeiro.
Análise técnica
XAU/USD H4

O ouro continua a ter grandes movimentos laterais entre a resistência (R1) 1830 e o nível de suporte (S2) 1785. Estes níveis já foram testados, mas não quebrados, em janeiro, sendo importante que os traders os tenham em mente. No topo, o (R1) foi claramente testado por duas vezes, em janeiro, e esteve muito perto, pela terceira vez, no dia 14, o que o torna um barómetro essencial para a uma nova apreciação do preço do ouro. Se a ação de preço não quebrar acima do (R1) então o nível (R2) 1845 pode ser testado primeiro. A nossa linha de resistência mais elevada vê-se no nível (R3) 1865 que foi utilizado como um máximo já em novembro. Na direção oposta, se aumentar o interesse de venda poderemos ver o ouro a aproximar-se do nível de suporte (S1) 1805 que anteriormente foi usado como resistência. A ação do preço subiu e afundou abaixo da (S1) várias vezes, desde dezembro, pelo que os traders poderão ter que o utilizar com atenção devido ao facto de que pode ser ignorado ocasionalmente. Mais abaixo, como referimos, encontra-se o nível muito distinto (S2) 1785 que não foi quebrado em baixa há mais de um mês. No final mantemos a linha (S3) 1765 como nosso suporte mais baixo e pode ser utilizada como uma ordem pendente ou como objetivo numa estratégia de venda extensiva. O indicador RSI mantém-se abaixo dos 30, por agora, confirmando as tendências baixistas no curto prazo. Em termos gerais, tendemos a manter um pendor lateral; no entanto, uma quebra acima do (R1) poderia ser sinal de tendências altistas para o ouro enquanto uma movimentação abaixo da (S1) poderá “convidar” tendências baixistas.
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